sábado, 8 de setembro de 2012

Consequências da antropização no Meio Ambiente "Agroecossistemas"

Os agroecossistemas ( ou seja, os ecossistemas agrícolas) apresentam uma dependência energética de regiões distantes e uma saída que exerce um impacto sobre elas, da mesma forma que as cidades. Ao contrário das cidades, naturalmente, os agroecossistemas possuem um componente autotrófico, verde, como parte integral. Os agroecossistemas diferem dos ecossistemas naturais ou seminaturais que utilizam a energia solar, tais como lagos, florestas etc., em três maneiras básicas:

  1. a energia auxiliar que aumenta ou subsidia a entrada de energia solar está sob o controle do homem, consistindo em trabalho humano e animal, fertilizantes, pesticidas, água de irrigação, combustível para mover a maquinaria etc.;
  2. a diversidade de organismos está  muito reduzida (novamente pela ação humana) para maximizar a produção de um determinado alimento ou outro produto ;
as plantas e animais dominantes sofrem a seleção artificial e não a seleção natural. Em outras palavras, os agroecossistemas são projetados e gerenciados para canalizar uma conversão máxima de energia solar e de outros tipos de energia em produtos comestíveis , através de um duplo processo:

  1. empregando energia auxiliar para executar trabalho de manutenção que, em sistemas naturais, seria realizado pela energia solar, permitindo assim que mais energia solar seja convertida diretamente em alimento;
  2. pela seleção genética de plantas comestíveis  e animais domésticos  adaptados para otimizar a produção nesse ambiente especializado e subsidiado com energia. Como ocorre com todo uso intensivo e especializado da terra, além dos benefícios, existem custos, que incluem a erosão do solo, a poluição pelo escoamento de pesticidas e fertilizantes, o alto custo dos subsídios de combustível e a aumentada vulnerabilidade às mudanças meteorológicas e às pragas.
Aproximadamente 10% da área terrestre do mundo não coberta de gelo é cultivada, convertida principalmente a partir de campos e florestas naturais e também de desertos e brejos. Mais 20% da área terrestre e pasto, destinado a produção animal em vez de vegetal. Desta forma, aproximadamente 30% do mundo terrestre  é dedicado agropecuária. Recentes análises compreensivas da situação mundial de alimentos enfatizam o fato de que todas as melhores terras, ou seja, as terras mais facilmente cultivadas com a tecnologia atual, já estão sendo usadas. Estender a agricultura para terrenos adicionais e menos adequados será muito caro e poderá exigir novos tipos de agroecossistemas.


fonte: ODUM, Eugene P. Ecologia. Tradução de: Christopher J. Tribe. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988. 434 p. il. Título original: Basic ecology. Inclui bibliografia e índice. ISBN 85-201-0249-2.
















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