segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Sambaqui…e daí?

 

Este Domingo 09/09, fui dar uma volta pelos sambaquis de Jaguaruna (Figueirinha).. e conversando com morador local sobre a situação dos sambaquis, descubro que “eles” os moradores que colocaram cercas no entorno dos sambaquis pois frequentemente pessoas sobem para tirar fotos e ate mesmo de motocicletas como ele relatou que ja aconteceu, que ate mesmo ja propuseram aos orgãos ambientais responsáveis dar alimentação para vigias guadarem os locais,mais sem retorno e certo tambem que os moradores estão em área de Preservação Ambiental Permanente, mais pelo que notei no local se não fossem os moradores os sambaquis ja teriam sofrido degradações lastimaveis devido ao seu grande valor histórico. Seria interessante Universidades  junto a FATMA disponibilizarem estudantes de graduação para realizar trabalhos nestes sambaquis..eu fiquei por duas horas dando asas a imaginação das possibilidades que estudos destes sambaquis poderiam nos dar de informações (artefatos, urnas funebres,ceramicas, armas,utensilios..) do período.

 

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Os vestígios arqueológicos encontrados em várias regiões do Brasil - sambaquis ou concheiros, objetos de barro e de pedra, pinturas em cavernas etc. - constituem ricas fontes de informação sobre a vida dos grupos humanos que aqui viveram antes da chegada dos portugueses, em 1500.

Durante muito tempo se pensou que os casqueiros do litoral eram apenas um amontoado de conchas trazidas à costa pelas marés. Com a destruição de alguns deles para fins industriais e até para construção de estradas, descobriu-se que eram lugares arqueológicos, onde habitavam povos nômades que ali viveram em várias épocas.

Com a elevação do nível do mar, ao nível que conhecemos hoje, há cerca de 6 mil anos, o litoral que se estende do atual estado do Espírito Santo ao Rio Grande do Sul passou a ser ocupado por povos que se alimentavam de frutos do mar. Embora também caçassem pequenos animais (macacos, antas, gambás, tartarugas, por exemplo) e coletassem frutos silvestres, esses povos comiam principalmente peixes e moluscos (ostras, mexilhões, berbigões etc.). Como essa fonte de alimentos nunca se esgotava, permaneciam durante milênios no mesmo lugar, perto da praia e, de preferência, próximo de algum rio.

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Os sambaquis foram sendo construídos, em sucessivas camadas, por diversos grupos humanos que habitavam vários pontos do litoral brasileiro, especialmente no sul do país. Os concheiros têm em média de 2 a 20 metros de altura e os maiores chegam a ter 100 metros de diâmetro, sendo que os mais antigos datam de 10000 anos. Cavando o interior dos sambaquis, os estudiosos puderam reconstituir a época em que lá habitaram os vários grupos, como construíram suas cabanas, como enterravam seus mortos, e sua alimentação, feita especialmente de peixes e outros frutos do mar.

Este tipo de vida, própria dos coletores de mariscos, foi encontrado não só no litoral sul e sudeste do Brasil, mas também, nos Estados Unidos, no Peru, no Chile e em regiões ao longo da Cordilheira dos Andes.

Certas ossadas encontradas comprovam também uma grande semelhança física com os povos da Patagônia. Eram baixos - o homem com 1m63cm e a mulher com 1m52cm; muitos de seus dentes eram desgastados até a gengiva, o que mostra que eram usados para abri conchas e mastigar raízes duras. Viviam em grupos pequenos, não ultrapassavam 100 pessoas por área.

Os povos dos sambaquis viveram, principalmente entre 5000 e 2000 anos atrás. Foram desaparecendo quando começaram a ser desalojados pelas tribos de índios Tupi-Guarani, vindos do interior.

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sambaqui do mundo

(praia e sambaqui da Garopaba do Sul)

Esta foto de de um anúcio para turista em Garopaba do sul, “passearem sobre os sambaquis” será correto isto?

Um comentário:

  1. Parabéns pela iniciativa Jean. Infelizmente a fiscalização é falha em todos os setores públicos deste pais. Falta também respeito, bom senso e amor pela própria história.

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